11/29/2011

Eu já havia partido...



    Eu olho lá fora, minha janela se fecha contra um deserto de areia, contra um deserto de gente, vários corpos andando sempre pelos mesmos caminhos, sim, parece que os rastros não somem nas areias do deserto onde vivo, e os vazios e homens seguem uns aos outros... 
    Olho lá fora, minha janela se fecha contra o deserto que se abre e se estende até minha vista não entender mais nada, pois as pessoas levam o vazio ainda mais longe, levam um pouco dele para fora do deserto, e como ele se alastra...
    Olho lá fora, minha janela se fecha contra algo que me ignora, mas que me ignora não por me refutar, mas porque não me enxerga...
    Olho lá fora, minha janela se fecha contra um incontável nada, e o que vejo lá fora sou eu, um vazio imenso, um eu de areia, esse vazio que sei que não vem do deserto, vem de mim...
    Olho lá fora, minha janela se fecha contra tudo, mas a areia seca, tão esgotada, entra pelas frestas de todos os cantos...


Eu que não sei mais ser
vou me tornando o que não sou
até que finalmente
poderei dizer ser 
outro ser

7/21/2011

Cranberry Islands


Nas verdades sinceras, na ventania de nossas entregas, sobre um fio, suspensos...


Vou cometer outro crime fatal, apesar de saber há tanto tempo o que devo e o que nao devo fazer, nao resisto à tentaçao de expor minha pele ao sol...
Prometi a mim mesmo nao cometer esse pecado, me arrendo sempre depois, mas o prazer da confissao é inegável! - Que resulte em nada! - Nao me importo! - Nao busco resultados, nao busco nada, nao olho para ver onde estou indo...
É maravilhoso estar à deriva...
Minha confissao segue ao som de uma música que eu conheci aqui, na Cidade-de-Plástico!  Que ironico! Tudo plástico, todas as coisas aqui tem somente um lado, o lado de fora... e logo aqui foi acontecer isso comigo... fervilhar meu terreno fértil...
Sua fotografia está agora diante dos meus olhos, pendurada a parede. Estou congelado diante de voce, com muito calor no meu sangue. A trilha sonora é um violino e um piano que tocam aqui e fazem o som delicado do seu olhar, aquele olhar de um segundo, fulgaz, que esconde nao sei o que... - Nao quero decifrar, que seja esse o seu segredo... e como é delicioso esse mistério...
Nao importa se só vejo areia, se o vento traz poeira, se tenho meus olhos irritados, se o ar fica difícil de respirar, o sono é pouco, o cansaço é maior... o meu pequeno terreno fértil permanece úmido. Meu peito fertil é estrangeiro na Cidade-de-Plástico!  Nao temo a aridez das coisas. Estou brotando e fervilhando por dentro. Nao devo te confessar isso, mas o que eu posso fazer? Deixei o eu-forte  e o eu-cruel  trancados do lado de fora do meu quarto, e aqui está somente o eu-menino... o menino que te olha perdido, que, mesmo sem te esperar, aguarda voce. Aqui estou só, estou comigo mesmo, é apenas um de mim quem te escreve, é ele quem se abre... Voce, minha chuva que cai aqui por dentro... Voce, minha brisa delicada e orgulhosa... Voce, minha dúvida, meu passo em falso... Meu passo em falso, meu passo em falso... Nao me importo em deslizar e me perder... A minha única decisao foi vir até aqui só para ver o que acontece...
Se tudo for só isso, entao já será mais do que é preciso, por que de nada necessito, se o nosso tempo for só um momento, que assim seja, mas que seja intenso, que vivamos, que respiremos o nosso ar, que ele seja nosso enquanto estiver dentro de nós, e que deixemos ele sair quando for a hora... Pois a única coisa que temos é o tempo que vai se passando, nao temos nem a nós mesmos, nao podemos nos segurar no fio do tempo, estamos somente equilibrados suspensos em uma linha... Respiremos livremente. Pois sem o ar solto, nao poderemos ficar equlibrados na linha, cairemos e perderemos a vista maravilhosa de todas as coisas... Esse frio que dá na barriga quando cruzamos lá no alto caminhando sobre a linha viva... quantas maravilhas e quanta vida podemos ter e ver do alto, podemos desfrutar enquanto respiramos, e respirar enquanto desfrutamos, com nossa pele tao sensível, a mais delicada de todas... tudo para podermos tocarmos um ao outro. Tocarmos um ao outro... Suspensos... Que faz voce aí distante? Deslize sobre a linha... Que destino te trouxe aqui? Nao me responda, só deslize, deixe-se suspensa, e, ora ou outra, solte seu ar sobre mim...




Alex Wildner nao sabe o que se passa do lado de fora...
ele olha da janela e nao ve...
Para ele nao há janelas,
O que há, um mundo inteiro, um infinito.
Para ele, o lado de fora da janela está dentro,
pois todos os lados sao um só!
Ah, esse menino, vive embaralhando as coisas,
os tempos, os espaços, os sentidos...
dissolve o dentro e o fora, o tudo e o nada.
Ele olha da janela e nao ve lá fora, pois nao há mais lados para se ver...
tudo é como deveria ser, sem fim! 

6/23/2011

My clever O. was right

...


Yes, dear O., you are always in my life, and you were always right, even when you were not, somehow there is something sweet in the mistakes and in the pain...

We, human, will always kill what we love, always, that is true, but I cannot pretend that is not a two-way road, we ended up always being killed by love!
Who is the monster, at the end of the story? We...? Our feelings?

Do we create our own feelings or they just grow up by themselves? And if we create them, is that just for the morbid enjoyment of killing them all, or for the delights of the pleasure of a suicide?


...

2/19/2011

Eu nao sou exagerado

Duvido que eu volto!
Tenho certeza daquelas absolutas que eu vou pro Brasil pra ficar lá! Certeza, eu ia agora, com a cabeça alucinada da viagem da Austrália. Alucinante mesmo, porque o lugar é louco, e é do lado do lugar mais cheio de desenganados, Aukland! Pra deixar as coisas mais com cara de delírio, eu dormi nada. Seis dias de viagem e poucas horas de sono! Embarcar pro Brasil em seguida, mais 15 horas de rush no céu de fevereiro. Do deserto onde moro para a Cidade da Garoa. Nao faz sentido. Assim me empolgo mais, dentro de uma contra mao.
Napoleao, me espera!
Vou roubar voce!
Tenho certeza que vou lá e vou ficar. Aquela  vontade de virar as costas e viro mesmo. Sei lá. Acho que tem duas coisas que me prendem à Cidade de Plástico, uma é vida que dá uma grana, mas que nem é lá grande coisa, mas tem o tempo livre em lugares e em tempos diferentes. É a motivaçao prática para a entrada do Chatíssimo Plano Metódico Infalível, que nem é tao chato assim, e nem tao metódico, infalível?
Mas que dá vontade de virar as costas e ser só  o que eu sou, rasgar essas camadas de pele, deixar no chao e sair andando pisando por cima.

Uma pergunta de importancia extrema que nao quer calar e vive batendo nos dois lados do meu cérebro:
quanto de álcool posso levar para o Brasil?

Eu sou a labareda!
Está sol lá fora! Vou pra cama!

1/22/2011

O que é feito de areia, e o que nao é...


Chapter one

Tudo o que ele se imporava na vida era com a individualidade de cada pequena peça daquelas antiguidades que ele estudava tao minuciosamente, todos os detalhes que somente ele poderia ver. Nenhuma beleza o escapava, o passado se revelava em suas maos, naqueles pequenos vasos, estáduas, que talvez tenham sido tocados por deuses antigos... ou por velhos escravos mortos, que valiam menos do que um desses objetos depois de quebrados, quem poderá dizer? Ele sabe a resposta, mas ainda nao nos disse. Ele continua olhando, focado, seus pequenos objetos, em um universo que nao nos pertence, e que ele perceberia mais tarde, que nao pertence nem a ele, nem a ninguem, pois esse universo nao existe mais! 
E secretamente nos poderia ser revelado que este universo, que ele tanto oberva, talvez nunca tenha existido, e seja somente o produto de uma analise cientifica! Um objeto real com um passado imaginario. Ele agora coloca o objeto de volta em uma caixa, a caixa em uma estante, senta-se, pega outro, com tal decisao que nos faz imaginar que ele está seguindo um roteiro mistico, ou Maia, nao enxergo daqui. O que ele nao nos diz é em que este roteiro é baseado, ou se o roteiro que seduzidos imaginamos é só uma desculpa para ele olhar para outro lado.


1/09/2011

Rise and goodbye

Coming on a different street...

I`m in StandBy Mode today. I feel like a doctor in a ER without any charm! I`ve heard all the songs of the world, I sang in every tone I could, threw the "Metal against the clouds", I `ve been "down to the Dirty Boulevard”. I almost didn`t  hear the sound of the mad cow that screams out every day. I think I`ve been deaf to what is outside of me.


I`m blind, not dead. I think of taking out some of my blood. My veins are working hard! And the perfect pleasure, if it existed, it would stay outside of my house, I mean, the place I`m living now. I don`t give a damn, cause I`m in StandBy Mode, but the the StanBy Mode is not in me.

“Debaser”

This StandBy Mode put me face to face to myself. But the sun today is out there chopping the wood, and I burn, burn myself ...
- Burn your skin before your head bursts into flames.
I can extinguish the fire with my blood, spilling it from the window of my house with no doors!


“Gigantic, gigantic”

27°C in this dusty winter! I `m throwing burning wood from my window, just to make it hotter.

Maybe I'm just "un chien Andalouse". And I keep following the road of excess, it can save me from mediocracy, these mess of the reality that is called society. These illusory torn pages. Do not read them. The plastic tainted pages of nowhere!
Enjoy, have fun with them, laugh on their face, but don`t believe in that story, don`t be part of them. Don`t write an empty page.

I exagerate in being myself, the silence comes as a hard rain, but it only makes me prettier and younger, the silence can say more than any word or picture. I will always be where I am, anywhere I go!

Rise and goodbye…

.

1/08/2011

As coisas que nao sao ditas...

...
Eu falei que eu tinha sorte... é o que eu recebo da vida, por ser sincero comigo mesmo!


Agora é quando eu devo parar e me atirar como uma flecha explosiva, devolver a graça que eu ganho. É fácil perder o rumo.

Tenho o tempo para meus delírios, e sou avisado das turbulencias. Quando sao inesperadas, sempre há um espaço seguro ao meu lado. Nao é sorte, é o premio que se ganha por ser o que se é!

Vivo em um país estrangeiro, tenho que cruzar a linha.
Toda beleza se equilibra no fio de uma navalha!

Grande beijo a quem quer que voce seja!
...

1/03/2011

Don`t hold back!

...preciso dos meus queridos insanos e dos desequilibrados ao meu lado novamente... acho que estou sozinho e me autopreenchendo... e quando eu chorar, entao será derramado fogo sobre meu rosto...


...eu sempre aumento o volume, desligo o som... aumento mais... desligo com um chute... aumento ao máximo e ainda grito... 
...eu quero ver a fumaça subir e saber que eu fui o responsável pelo incendio, por todo o incendio do mundo... do meu mundo!


uma adorável calamidade pessoal!

PRESS THE BUTTON