11/07/2006

O Retrato de Dorian Gray


Alguns podem dizer que Oscar Wilde foi um Dândi que como tantos outros, só valorizava a juventude e a estética. Outros transferem essa idéia para os seus textos. Chamam as obras de Wilde de superficiais e pretensiosas. Mas ele foi um grande escritor que atingia o brilho da arte em seus paradoxos e seus discursos sedutores. Suas máximas, já dito anteriormente, podem ser colocadas na estante ao lado das de La Rochefoucauld sem o menor receio de desbalanceá-la.

Oscar Wilde atingiu o máximo de sua ousadia e brilho literário quando terminou o seu único romance; O Retrato de Dorian Gray. Esta obra narra a história de Dorian, de sua encantadora beleza jovial, que, retratada em um quadro de Basílio Hallward, teve após grande culto, sua forma física eternizada. A beleza de Dorian jamais acabaria, enquanto o quadro sofria a ação do tempo e das marcas que o pecado deixa no rosto dos perversos. Era essa a vida que Dorian recebeu de Oscar. Dorian Gray abusava de sua estonteante e irremovível beleza, o chocou a aristocrática e hipócrita sociedade inglesa.

Os Dândis eram um número considerável da sociedade londrina, devido ao super enriquecimento de parte da já alta sociedade daquela cidade.

De tão apegado que era às suas descrições estéticas, o protagonista não conseguia saborear o que a vida lhe oferecia. Somente sugava o que lhe agradava os olhos e o ego. Era um vaidoso completo. Perverso e devasso, sabendo de sua condição de estátua grega indestrutível, não impunha limites a sua vida. Esta obra é repleta de temas de grande polêmica para a época, alguns ainda para os dias de hoje. A paixão que aproxima e afasta os homens, divisão entre corpo e alma, aquele como a parte visível e essa como a mais importante, a que contém todos os sentimentos, e que não pode ser vista. Dorian Gray não acreditava que seus atos eram tão cruéis, aliás, tentava não acreditar. Pensava estar fazendo a coisa certa, mas é sempre desmentido quando olha seu retrato enrugado, reflexo do desgaste de sua alma.

Oscar Wilde não pode ser confundido somente com o homem que entrava em locais públicos e bem freqüentados, vestido em trajes extravagantes assumindo atitudes polêmicas, este é o Oscar que desejava chocar. O iconoclasta dividia suas atitudes com o público de duas formas distintas, como ele mesmo dizia; “há duas maneiras de conquistar o público, ou você diz o que ele quer ouvir, ou o escandaliza”.

Proscritos & Polêmicos

frenético e duvidoso.



A revista “Proscritos & Polêmicos” surgiu e agora ousa ser um herói!
Talvez os heróis sejam somente ousados, mas talvez não. O que se sabe é que todos eles começaram assim mesmo.
A revista ambiciona ser um guia para os que não enxergam no escuro. Um guia para o esclarecimento.

A arte escrita universal acontece e o público não conhece o caminho para tocá-la. Aqui será seu ponto de encontro. Uma teia de linhas e entrelaces.

Proscritos & Polêmicos, cuja temática é uma seleção de escritores da literatura universal que, ao destacarem-se, foram perseguidos, banidos e/ou proibidos, é uma revista que vai atrair o interesse do público para o universo das letras, que foi tão, ou mais importante e poderoso quanto à mídia televisiva nos dias de hoje, claramente mais profundo e verdadeiro.

Estranho dizer que foi. Ainda o é. A percepção geral é que condena os verbos ao pretérito perfeito, simples. Tão simples e imperfeito. Ou não. Os artistas podem parecer imorais e tortuosos. Aqui são chamados de amorais e voadores. Mas essa é uma opinião. Qual é a mania de se ver saídas mesmo dentro de labirintos? Realmente eles tinham suas manias e excessos. Mas a essência que os perfuma não é de todo nem por todos sentida.

A polêmica e a expulsão de cada edição será dedicada a um artista diferente, não tendo ordem cronológica dos autores nas publicações (aparecendo Oscar Wilde antes de Friedrich Nietzsche, por exemplo), evitando assim, o cansaço e a espera por escritores da preferência de determinados leitores, ao mesmo tempo em que é criada uma expectativa no mesmo.

A relação da literatura com o mundo prático é imensa; ideologias, costumes cinema, marketing e muito do que é visto diariamente foi idealizado e colocado em prática dentro da história da literatura.

Este produto foi projetado e elaborado na busca de despertar o leitor que não sabe como correr, ou começar a caminhar, no mundo das letras.
Espera-se voar agora! Voar como os que aqui serão citados (entenda reverenciados), fizeram.

As asas já foram dadas.


10/03/2006

Cultura Livre – SESC


Na continuação da Temporada SESC de Artes, Cultura Livre (25/09 a 05/10) aconteceu a oficina “Web Art e Compartilhamento de Imagens”, nos dias 02 e 03 de outubro.

Coordenada por Glauco Paiva (do grupo Coletivo Metareciclagem), a oficina ampliou noções de arte, mostrando alguns movimentos artísticos, uns voltados para a imagem, outros que são uma mescla de tecnologia eletrônica e corpo humano (Stelarc).

Amarrados a essa idéia de Creative Commons , que é uma ferramenta de promoção do acesso à cultura, à informação e para a democratização das mídias, os coordenadores deste evento vêm abrindo caminhos (mesmo em brevíssimo tempo) para mostrar o surgimento, ou a possibilidade, de uma nova perspectiva da relação consumidor/produtor.

Se a arte é uma manifestação humana dentro de um contexto histórico e social, o artista deverá estar sempre atualizado, observando e sentindo (talvez compreendendo) as transformações para poder utilizar-se delas, negá-las ou destruí-las.

Por Alex Wildiner

9/15/2006


Nada melhor do que o corpo para curar a alma e a alma para curar o corpo...

No último instante da agonia lembrei-me de Oscar Wilde... quando Dorian mergulha sua face branca dentro de uma lótus azul (lótus?), alisando assim a aspereza da sua alma...

Será a sociedade da ansiedade?
Ainda resta corpo para curar a alma? Ou a alma em lama não consegue salvar o corpo já ensopado de tudo o que não sabemos, de comida transformada, de palavras vistas, ouvidas, assimiladas, do labirinto rápido de paredes móveis e reflexivas?
A escravidão opaca aos olhos. A escravidão envolta na alma.

Recorro ao meu irmão que faz questão de me lembrar da estátua pixada lá da Universidade, que sempre grita frases do louco filósofo prussiano: A Arte Existe para que a Verdade não nos Destrua!

Salve o Teatro Mágico!

9/13/2006

O filho da puta do meu Office está zicado e eu não consigo fazer nada... nem copiar e colar!
Vai pro inferno, vou comprar uma máquina de escrever!

5/31/2006

Do papel que me leva...

- Choro por pouco.
Eu disse isso a quem havia me perguntado.
Choro é só choro. A lágrima é um líquido salgado.
Só isso.
Mas eu estou agarrado ao meu livro. A minha eterna companhia que eu sempre acreditei estar ao meu lado. Meu livro. Que me colocou entre os homens e que me faz erguer o rosto e olhar o mundo, ora com ar de enfrentamento, ora com ar cordial, como se dissesse: que boa companhia a sua!
Não vou parar de escrever para chorar... No meu visível transtorno, engulo minhas lágrimas com minha boca salivante porque quero toma-las por inteiro e alimentar minha alma... se o rolar de minha lágrima esvai o meu sofrimento, eu a engulo para explodir e poder ressuscitar.
Eu ouvia os passos dela do outro lado da linha. Passos altos para uma pessoa tão delicada. Passos firmes para uma garota que chora. Passos decididos. Não queria destruir um sonho, mas o valor da verdade é muito maior do que a efemeridade da ilusão. Ela me falou da surpresa ao ver as lágrimas dos outros. Lágrimas caídas por sua ausência. Lágrimas entre abraços, ela iria deixa-los. Eu acabei com o sonho dela por dizer toda a verdade.
- Esse sentimento todo do “grupo” por você é falso. Eles jogam seus próprios erros uns nos outros, já jogaram em você! Há uma hora, eu escutei da boca daquele que te abraçou chorando, que não quer “ouvir mais esse papo de humildade, que ator é vaidoso...”.
Continuei...
- Você vai sair por não ter a estrutura financeira que ele tem. O abraço dele foi um ato hipócrita que eu não suportei ver. Ele acredita ser o melhor dali, não sente a sua falta nem vai sentir, pois só pensa em si e repugna a humildade, que é o que você tem aí escorrendo dos seus olhos... ele confirmou todas as palavras da conselheira sobre a necessidade de generosidade no grupo, mas antes de ser generoso, o homem deve ser humilde, virtude que ele abomina! Paradoxo ou hipocrisia?
O leve choro dela deu espaço a um silencio, para depois iniciar um soluçar. Eu disse que as pessoas que a amavam estavam ali, ao seu lado. Para não se emocionar com o falso. A família dela é o que ela tem de verdadeiro. É isso. O sonho acabou, mas deu espaço para uma possível construção real. Ao reconhecer a futilidade, muita coisa perde o sentido, muitos filmes, livros, pessoas, muito se esvai de valor. Mas isso é recompensado quando algo de precioso é visto, e o raro só pode ser reconhecido por aquele que também reconhece o fútil.
Eu disse a verdade. Eu a salvei com a verdade.
O fundo do poço é onde estou e é de onde eu saio. O caminho é longo. Mas antes um longo caminho do que não ter lugar nenhum a percorrer.
O renascimento é constante.
Quem vai entender isso?
Cometi um erro.
Meu livro que me trouxe até aqui. Mas antes dele, havia e ainda há outra coisa.
Há pessoas.
Pessoas que entregaram ele a mim, ou melhor, que me entregaram ao livro... De quem muitas vezes eu estive, e ainda estou, distante, mas que nunca se distanciou de mim. Que me pegou com as duas mãos desde criança e que eu nunca fui grato!
Minha ingratidão é um monstro que devora voraz e impiedosamente.
Sinto que estou sendo polido nas palavras, pois minhas lágrimas diminuem seu ritmo.
- Cala a boca, que não errei a gramática!
Eu não posso mais ficar de costas! Não sei para onde ficar de costas! Já não sei onde estou nem para onde vou, pois nunca estive em lugar nenhum. Soluço de olhos fechados ainda escrevendo.
- Não sofra por pouco... alguns homens são só meninos tão frágeis que necessitam de atenção. Co
rações pobres. Mentes retraídas. Tropeçam nas próprias pernas e nem percebem. Culpam alguém.
Não ouço a minha voz porque o que é superficial tomou conta de mim e eu já estou cego e me culpo. Não sei mais o que dizer!
Só me culpo!

O livro me foi entregue, e o que eu entrego de volta àqueles que o me deram?
Eu estou morrendo por dentro sem saber o que fazer. Acabo de ser interrompido, não quero ajuda de ninguém!
Não quero idéia nenhuma entrando em meu pensamento. Não mais vou ficar calado. Ainda penso antes de agir, mas a verdade deve ser dita. A justiça deve ser feita. Clichês verdadeiros. Quem critica o clichê sabe criar alguma coisa?
Hoje eu vou dormir.
Odeio ser interrompido, acho interrupção egoísta!
- Não me exclua de seu sofrimento!
- O sofrimento é meu!
...
- O que eu disse foi covarde, mas foi o que senti. Por favor, me perdoe, pois eu te amo.

Não penso mais nada.

A euforia passou. Sobraram meus pedaços e eu nem sei onde eles estão nem o que fazer, se por acaso eu os encontrar. Mas não estou, nem me importo.
Vou fazer o que é verdadeiro. Voltar e acolher o que me acolhe. Fazer o que eu falei para fazerem, ao invés de ficar falando. Estar ao lado de quem está ao meu há anos.
Segurar as mãos daqueles que me seguraram quando eu nem sabia andar. Daquela menina que me falou uma certa vez quando eu sentia uma das maiores tristezas. A primeira tristeza. Ela me falou que estaria sempre comigo. Que não sabia usar as palavras como eu, mas que mesmo assim iria usá-las... humildade poderosa. Só nessa ela já me colocou no chão. Ainda tenho o bilhete guardado, mas nunca mais o abri. Acho que eu morreria se lesse aquilo agora. De uma forma ou de outra ela sabe disso, e se não souber, talvez nem precise, pois o que ela sente é incondicional.
Abraçar o menino tímido que me ajuda sempre... sempre... Aquele que foi ficando pequeno enquanto eu crescia, mas que é imenso. O menino tímido de caráter de herói. Acreditar também naquele super homem que agora sofre de um mal criado por ele mesmo. Meu pai, o que eu faço pra te ajudar? E aquela menininha que me deu a vida. Como eu posso te pegar no colo?
Ah! Se todos vocês soubessem...
Mas eu não sei como. De tudo que aprendi, não sei...
De toda minha inteligência elogiada, não sei...
Só sei que choro.... mas o choro é só choro.
Uma lágrima é só um liquido de sal.
E quem eu abraço, é apenas um pedaço de papel...



Alex é um menino em pedaços
Mas quem aqui não está em pedaços?
Quem não estiver,
é porque é pequeno demais para ser dividido...
Talvez ele não queira se juntar agora.
Ele chora, mas você nem sabe o porquê.



24/25 de maio de 2006

5/16/2006

Essa semana foi intensa! Não estou falando do conflito “mocinho x bandido” que vem acontecendo desde a madrugada de sexta-feira. Das imensas tristezas que vêm acontecendo a famílias de pessoas inocentes. Eu me refiro à minha vida pessoal, ao lado bom dela!
Quinta-feira, 11 de maio, aniversário da Lulu! Minha namorada estava louca não sei porquê. Mas aí teve a festa com “bolo do ‘seu’ Osvaldo” (é Osvaldo mesmo?), os presentes, os amigos e ela se tornou um docinho. Acho que ficou longe de mim tempo demais!
Sábado fomos comemorar novamente o seu aniversário num bar/balada e foi muito bom. Pessoal reunido. Aquela sensação tranqüila, as pessoas que você gosta ali do lado, todo mundo em paz, uns beijando, outros não.Tudo do jeito que deve ser.
Domingão sem Faustão! Fomos ver a peça Lázaro, baseada na obra de Dostoievski, formatura dos estudantes de teatro do Célia Helena. Peça em 2 atos. Saímos no intervalo entre eles! Eu me senti antiarte naquela hora! Mas esta sensação foi efêmera. Um segundo! Pois fui tomado por um anti-sono necessário para o momento; eu estava dormindo na platéia. A peça deve ser boa, eu é que não sou um expectador de qualidade.
Sem saber o que fazer, fomos procurar o Rei!
- Será que na Paulista tem Rei do Mate?
- Vixi! Pra que lado devemos entrar?
- Acho que pra esquerda!
- Eu acho que não...
Vuumm!!!
Esquerda!
- Gasolina!
- Deixa que eu pago!
- Então eu pago o chá!
- Tudo bem...
De volta à Paulista!
Deslizando dentro do carro bem devagarzinho, fomos eu e a Super-Lu pela Avenida Paulista.
Nada do Rei.
- Vamos comer a Pizza no Pedaço da Pizza?
- Vamos...
- Cadê o pedaço da Pizza?
- No número 1463, eu lembro!
Estacionamos.
Do lado do Pedaço, vimos o Espaço Unibanco de Cinema. Entramos. Quase assistimos Árido Movie.
Quase.
Saímos.
Em frente ao cinema:
- Olha ali Leco! O Sabor do Mate!
- Será que é igual ao Rei?
- Sei lá, nunca experimentei Rei nenhum!
- Ah! Será que chá do Sabor do Mate é igual ao sabor do chá do Rei do Mate?
Nossssssssssssa!
Mate Suíço: Duas colheres de sopa de leite em pó. Duas colheres de sopa de ovomaltine. 300ml de chá tradicional. E acho que só!
Nossa! Muito bom!
“! Z%¬²²o*£2 !” - xingamento
Coxinha natureba murcha!
- Ainda cabe alguma coisa aí?
- Cabe um Pedaço de Pizza.
Olha só! Nós dois ali naquele beco aconchegante. Lugar rústico e gostoso. Meio gay, mas eu não me constranjo. Sentamos numa mesa e contamos logo de cara com a simpatia dos acolhedores, melhor, das acolhedoras freqüentadoras lésbicas do local, que se sentaram na mesma mesa da minha namorada bem na minha ausência!
O preconceito está na cabeça delas. Nem “oi”. Nem “com licença”. Somente um autoconvincente “eu vou sentar aqui, não estou atrapalhando”. E não estavam mesmo. Mas educação nunca doeu em ninguém! Ali tudo era bem vindo!
Lugarzinho com cara de exterior. Pessoas diferentes, num lugar diferente do que eu estou acostumado. Eu, na verdade, não estou acostumado com nada, não sou freqüentador de um lugar de um tipo, específico, sou um pouco errante. Nômade. Ou não.
Lugar com cara de exterior. Afinal, para um menino do interior, o que será um lugar com cara de exterior?
Mas o lugar era delicioso.
Pizza de três cogumelos.
Falei pra minha namorada que eu acho que tinha muito mais do que três cogumelos. Ela me explicou que realmente tinha mais do que três cogumelos, mas que a pizza tinha esse nome porque tinha três tipos, e não três cogumelos ao todo, fatiados sobre a pizza.
- Ãããhhh!
Fui perdoado!

OPS importante: a pizza tinha muita rúcula sobre!
Bom também!

Segunda-feira sem Cavaleiros do Zodíaco! Mas isto eu conto depois... Fiquem com a pizza de cogumelos!

4/27/2006

A vida é uma coisa doida mesmo...

As vezes eu sinto que fico somente sendo jogado pra lá e pra cá, no meio das ondas... sem poder fazer muita coisa, só me manter emerso.

Mas é nesse jogo que eu estou redescobrindo uma pessoa que eu venho amando há um tempo...

Que o balanço das ondas faça muita espuma!

Tim tim!