11/21/2010

Quando sob um certo abismo

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Diversos fantasmas sobre meu abismo curvam-se...
Há tempos o observo, mesmo antes de os espectros estarem aqui, mas só agora fui enxerga-lo novamente.
Fiquei um tempo paralisado sobre o imenso buraco antes de gritar meu nome sobre ele...
Muito depois veio o eco que dizia também meu nome, mas invertido!
Gritei outra vez. O eco esperou até que minha expectativa rasgasse meu peito, para depois repetir o contrário, como um espelho de som...


Gritei entao meu nome invertido, e o inverso de meu grito retornou o eco. Soltei outro grito invertido. Outro eco ao avesso do avesso. Assim fui invertendo, desinvertendo e repedinto diversos gritos de meu nome, de diversas maneiras e tons avessos... Tantos foram os gritos, tantos os inversos.


Gritei e gritei, invertido, desinvertido, gritei por tanto tempo que nao mais sabia qual era o meu nome. Gritei e me confundi com meu avesso, gritei até me esquecer de quem eu era...
Mais tarde - já embaralhado com minhas cartas e atordoado com as vozes que nem mais sabia se eram realmente minhas - achei que eu fosse o tal abismo, ou o eco, ou meu próprio grito!


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