6/10/2010

Quem se lembra dessa?



Sonambulismo


Sem fúria é o estado. Nem cansaço. Quando nem novidade, nem saturado. Quando na medida exata, com equilíbrio desalentador. O rio que corre tão liso e tem sua superfície fina como fio de navalha, passa sem ser visto, não faz som, seu reflexo não oscila, não atordoa. Não e nem nada.

O homem que se jogou do precipício por buscar algum movimento, mesmo que por breve instante ao fim da vida, está a cair até agora. O abismo não tinha fundo. Mergulhou em monotonia dinâmica. Está a cair. Às vezes ele pensa que não caiu no imenso buraco, de tão parada que é sua queda.

Diversos anjos estavam em uma árvore. Todos pendurados feito maçãs celestiais. Não peguei nenhuma e mordi. Passei indiferente e eles também estavam indiferentes. Maçãs discretas celestiais. Voltei pra casa contei a história, ninguém se assustou. Nem com os anjos dependurados, que é coi
sa rara hoje em dia, nem com minha indiferença em relação às maçãs angelicais. Desfuriosos. Todos discretos à mesa de jantar.

- Seremos um fio finíssimo discreto a seguir dentro do rio das lâminas, sem emitir som?
- Estamos caindo com o homem do precipício?

- Seríamos inatingíveis, ou já estamos anestesiados?

...

2 comentários:

Ziris disse...

Há quem prefira armaduras ou quedas inertes. Eu? Vou não, vou nunca. A Doutora é boa nesses casos. Vamos conseguir provar que é pelo pensamento que se vai... Ainda assim o dono da loja recorre. Enquanto isso, me especializo na arte da agricultura, dado a um certo gosto especial por pulgas, planto sempre um pé delas atrás de cada orelha dele. E vai coçar tanto que um dia o homem para de cair parado e acorda sentado no sofá que ele achou que era um buraco,um dia o soldado valente descobre as fendas por onde as pulgas passam.

Linkado!!!!

Te jogo pro alto, um beijo e um abraço!

Ziris

VInicius Y disse...

Eu sou o cara que tinha bebido pouco e se lembra de tudo que você aprontou na saída do boteco. Prato cheio da chantagem! Eu sei de suas intenções, por isso eu sou caríssimo.