1/12/2009

Olhar de semi instante



Claro que sou bonzinho, mas também sou navalha afiada!
Nas minhas palmilhas piso sobre umas pedrinhas pequenas, quase invisiveis, tenho também um código mágico de uma porta secreta que se abre quando somem as saídas, é a porta de um submarino!

Ah a fumaça do momento...

Caminhando num bairro de São Paulo, esbarrei em uma baixinha loira, ela falou umas palavras que seriam estranhas se não fossem de uma língua que é minha conhecida, daí uns caras enormes me olharam, mas eu dei somente um semi instante de olhar para eles, ainda de lado e de saída, algum ar saiu do meu nariz em uma respiração de minúsculo desprezo ou deboche. Ela se irritou com esse meu gesto tão comum.


Depois disso parei em um bar. Várias pessoas conversando, gente bonita, sorrisos, corpos, peles, olhos, lábios, gargalhadas, olhares, roupas bacanas e cheias de tarjas de nomes italianos, franceses, americanos, Calvins e Ralphs, Giorgios e Christians, Dolces... enfim, fiquei poucos minutos ali porque não havia nada de interessante pra fazer nem olhar. Antes de sair do jetset um gigante me segurou pelo braço, que eu deixaria pra ele de presente se eu não tivesse apenas dois braços, mas tudo bem, ele quis saber quem eu era, o que fazia e por que eu era “assim”. Assim como cara? Aff... se solta de mim... Ele insistiu em mim e ainda me disse que “ela” queria me conhecer. A minúscula loira, cantora marombada e viciada em kabala iria para outro bar por ali, me convidou pra ir...

Mais alguns passos e eu já estava em cima da minha moto, andei por um tempo até chegar na casa de um amigo. Quando vi já tinha sido, a Madonna já deveria ter virado abóbora, mas amanhã eu encontro meus primos, e vamos nos divertir. Se eu sentir saudade da cantora eu baixo um mp3 dela, qualquer será suficiente.

Fumaça do momento...
mas desta vez era o resto de minha saída.

Sussurro do silêncio.


...

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